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sábado, 12 de novembro de 2011

Post 002

No post anterior apontei um fato surpreendente: existe um princípio espiritual intrigante e potencialmente revolucionário que está presente e permeia todas as grandes tradições espirituais do mundo: que nossa vida é uma ilusão, que desconhecemos a verdade sobre ela, mas, se descobrirmos essa verdade, seremos libertados de alguma espécie de jugo que nos engana o tempo todo.
Isso parece maluquice, como disse David Bohm, um mestre da física quântica que incluo entre os 20 gênios do século XX. Conheci Bohm há muitos anos, quando deu uma entrevista magistral sobre cosmologia, no livro Diálogos com Cientistas e Sábios (Cultrix,1997). Ele é autor de alguns livros sensacionais, tais como: A Totalidade e a Ordem Implicada (Cultrix, 2001); Diálogo (Palas Athena, 2005) e O Pensamento como um Sistema (Madras, 2007). Futuramente vou comentar cada um desses livros, mas detenho-me agora no último citado: ao analisar profundamente o funcionamento do pensamento humano, Bohm chega à conclusão que nossa mente cria quase sempre formas ficcionais de pensar sobre as situações que vivemos e que, “se nosso pensamento é ficcional, com certeza ele está nos enganando”.
Em outro trecho, ele diz: “... a hipótese geral implícita sobre o pensamento é que ele está dizendo como as coisas são e não fará coisa alguma, que é ‘você’ quem está lá dentro decidindo o que fazer com a informação. Porém, devo dizer que você não decide o que fazer... O pensamento lhe controla. O pensamento, oferece a falsa informação de que é você quem está controlando, que você é aquele que controla o pensamento, quando, na realidade, o pensamento é que controla cada um de nós”.
Você dirá: “se o meu pensamento controla, então eu controlo”. Será? Você sabe mesmo quem é esse “você” que está lá dentro decidindo? Você sabe com certeza quem você é? Não, não estou interessado em nome, endereço e RG. Você sabe distinguir a si mesmo na agitação dos seus pensamentos e apontar, “esse sou eu”?
No post anterior vimos que as grandes tradições espirituais concordam que a maioria dos seres humanos vive na ilusão. Agora trago alguns cientistas contemporâneos de altíssimo calibre dizendo o mesmo. Além de David Bohm, veja o que dizem outros renomados PhD, como Amit Goswami, Dean Radin, John Hagelin.
A hipótese de que vivemos num mundo virtual e ilusório construído pela mente foi muito bem ilustrada no filme Matrix (só o primeiro da série, o resto foi lixo Hollywoodiano). Muita gente o considera um filme de ficção científica, ou de lutas marciais, mas sem dúvida ele tem o mérito de ter sido muito bem fundamentado sobre antigas crenças das principais tradições espirituais, sem deixar de ser uma obra de ficção com apropriado apelo comercial. O resultado foi um filme intrigante, tornou-se um “cult movie” e um dos meus “vídeos de cabeceira”. Ao longo do desenrolar do enredo, o protagonista cada vez mais se faz as perguntas: "que é realidade?" e “quem sou eu”?
Eu te pergunto novamente: você sabe realmente quem é você? Vamos voltar a isso no próximo post.

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