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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Post 001

A cerca de 2 mil anos, Jesus disse a seus discípulos: “...se seguirdes meu ensinamento, conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Essa é uma afirmação intrigante, por alguns motivos. Primeiro, porque ela dá a entender que existe algo muito importante que o ser humano NÃO SABE sobre si mesmo, tão importante que trará uma libertação (adiante veremos do que) e, por conseguinte, pressupõe que não somos livres. Segundo, se há uma VERDADE que desconhecemos (e que deveríamos conhecer, pois nos afeta diretamente), então estamos vivendo no engano, na ilusão. Talvez, numa espécie de sonambulismo, pesadelo ou desvario (ou num estado de inconsciência, eu diria). O apóstolo Paulo expressaria isto pouco tempo depois na Carta aos Romanos: “...Já é hora de despertardes do sono”, quando incita discípulos a mudarem de vida. Esse conceito é central em muitas outras tradições espirituais: no budismo, é Maya, a vida em ilusão da qual só podemos nos libertar através do despertar da consciência. No Taoísmo, Lao Tsé toca diversas vezes no tema da ilusão. Na tradição judaica, diversos textos bíblicos, em especial o Eclesiastes, falam da falsa aparência das coisas: ”...tudo é vaidade e vento que passa”
O próprio Jesus insiste no tema da verdade que não está aparente. Mesmo num momento de extrema tensão e stress, diante de Pôncio Pilatos, que lhe faz um julgamento sumário envolvendo uma eminente condenação à morte, responde, quando indagado sobre seu propósito: “ É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?...” (Jo 18,37)
A pergunta de Pilatos é ótima, e continua não respondida para a maioria dos seres humanos. Que verdade é essa que precisamos conhecer para nos libertarmos? Libertarmo-nos de que? Bom, a maioria de nós não tem interesse nem tempo para questões desse tipo. Temos nosso dia-a-dia, nossos compromissos, nossas metas e precisamos correr atrás delas. Essas sim, são reais, tangíveis e nosso dia-a-dia aparenta ser bastante concreto, longe de parecer uma ilusão ou um sonho.
Mas pense só um pouco na possibilidade de que essa hipótese, tão recorrente entre as grandes tradições espirituais do mundo, seja verdadeira: nossa vida (ou pelo menos de 98% da humanidade) é uma ilusão, vivemos num estado de inconsciência que não nos permite saber quem realmente somos nós, do que somos capazes, qual o nosso verdadeiro propósito. Somos cativos dessa ilusão, desse sono, desse estado inconsciente – mas se descobrirmos a verdade, ela nos libertará. Vamos investigar.

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